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Padrão dos Descobrimentos: quem são as figuras no monumento à beira do Tejo?

Atualizado: 12 de mai.


padrão dos descobrimentos lisboa

O Padrão dos Descobrimentos é um dos notáveis monumentos em homenagem às Grandes Navegações. Ele fica na região de Belém, em frente ao Mosteiro dos Jerónimos. Era dessa praia que saiam as caravelas e naus em busca de novas aventuras.


O monumento fica à beira do Rio Tejo e para visitar por fora é gratuito, se quiser subir ao miradouro o ingresso custa 6 euros, sem descontos, incluindo a visita à exposição de dentro do Padrão dos Descobrimentos.


É um ótimo passeio para ser combinado com o Mosteiro dos Jerónimos e a Torre de Belém no seu roteiro de Lisboa. Ali perto também fica a famosa confeitaria dos Pastéis de Belém, dê um pulo lá para experimentar o mais tradicional dos doces portugueses.


Construído pela primeira vez em 1940 para a Exposição do Mundo Português, o Padrão dos Descobrimentos foi refeito em 1960, em pedra. Isso porque a primeira versão da construção foi feita em cimento, pensada como temporária.


Ele tem o formato de uma caravela, com as estátuas rodeando como se estivessem se enfileirando na proa do navio. São 33 figuras que participaram ativamente na história das Grandes Navegações portuguesas.


Em frente ao Padrão dos Descobrimentos fica uma enorme rosa dos ventos, desenhada em pedra no chão. É um dos exemplos incríveis de calçada portuguesa, com um padrão igual ao do calçadão de Copacabana no Rio de Janeiro, rodeando o mapa mundi das Grandes Navegações.


Rosa dos Ventos em frente ao Padrão dos Descobrimentos

Essa rosa dos ventos foi um presente da África do Sul para Portugal, no 500º aniversário da morte do Infante D. Henrique, o Navegador, em 1960.


D. Henrique foi o 1º Duque de Viseu e o primeiro grande incentivador das navegações, por isso ele é conhecido como O Navegador. É ele quem encabeça o Padrão dos Descobrimentos e guia todas as outras figuras para desbravar o novo mundo.


Quem são as figuras representadas no Padrão dos Descobrimentos?

São 33 figuras ao redor do monumento, lideradas por D. Henrique, que aparece perfeitamente dos dois lados. Para conseguirmos visualizar quem está ali representado, vamos separar em lado oeste e leste, ou seja, direita e esquerda de quem olha pro Rio Tejo.


Lado Oeste (Direita)

figuras no padrão dos descobrimentos
Lado Oeste
Da ponta pra baixo:
D. Henrique, O Navegador

Conhecido como Infante de Sagres, ou O Navegador, Dom Henrique de Avis foi Duque de Viseu e Senhor da Covilhã. Era o quinto filho de D. João I, rei de Portugal e de Dona Filipa de Lencastre, que está do outro lado do Padrão dos Descobrimentos.


D. Henrique teve um papel importantíssimo nas Grandes Navegações, convencendo o rei a montar a campanha para a conquista de Ceuta, em 1415.


A cidade fica na costa norte da África, perto do estreito de Gibraltar. Estando sob domínio português tornou muito mais fácil manter as rotas marítimas de comércio no Atlântico.


D. Henrique foi também administrador da Ordem de Cristo, ou seja a ordem dos jesuítas, responsável pelas catequisações depois nos países conquistados.


Durante a sua vida foram descobertas as ilhas dos Açores e da Madeira, que eram completamente inabitadas. A exploração dessas regiões ficou sob a sua responsabilidade.


Foi ele que mandou construir a pequena capela que existia antes no local onde hoje é o Mosteiro dos Jerónimos.


D. Fernando, O Santo

Irmão de D. Henrique, Fernando, o Santo foi o oitavo filho de D. João I.


Se dedicou à vida religiosa desde cedo, mas em 1437 participou de uma expedição militar no Norte da África.


Nessa expedição ele foi preso como refém em Fez, onde passou o resto dos seus dias. Sua morte foi tida como um sacrifício pelos interesses nacionais.


João Gonçalves - navegador

Foi um navegador e cavaleiro, escolhido por D. Henrique para administrar a Ilha da Madeira a partir de 1425.


Gil Eanes - navegador

Foi o primeiro navegador a dobrar o Cabo do Bojador em 1434.


Pero de Alenquer - navegador

Foi um piloto náutico, pilotou a caravela que levou Bartolomeu Dias a atravessar o Cabo da Boa Esperança.


Pedro Nunes - matemático

Pedro Nunes ocupom o cargo de cosmógrafo-mor em Portugal, contribuindo significativamente para o desenvolvimento da navegação teórica. Ele inventou diversos instrumentos para tirar medidas cartográficas.


Pero Escobar - navegador

Navegador responsável por descobrir as ilhas de São Tomé, Ano bom e Príncipe. Ele também esteve na primeira viagem de Diogo Cão, na viagem de Vasco da Gama pra Índia em 1497 e na viagem de Pedro Álvares Cabral que descobriu o Brasil.


Pero da Covilhã - viajante

Foi um diplomata e explorador português. Seu principal trabalho foi negociar e estabelecer relações com a Índia.


Jácome de Maiorca - cosmógrafo

Cartógrafo catalão (espanhol da região da catalunha, ali por Barcelona) que coordenou as descobertas marítimas da Escola de Sagres.


Gomes Eanes de Zurara - cronista

Ele foi guarda-conservador da Livraria Real e Guarda-mor da Torre do Tombo.


Ele escreveu crônicas sobre a realeza e os descobrimentos, encomendadas pelos próprios infantes.


Obras escritas por Gomes Eanes de Zurara:

  • 1450 - "Cronica del Rei D. Joam I de boa memória. Terceira parte em que se contam a Tomada de Ceuta" (Lisboa, 1644)

  • 1453 - "Cronica do Descobrimento e Conquista da Guiné", também chamada «Crónica dos Feitos da Guiné» (Paris, 1841)

  • 1463 - "Cronica do Conde D. Pedro de Menezes" (in: Inéditos de Historia Portugueza, vol. II. Lisboa, 1792)

  • 1468 - "Cronica do Conde D. Duarte de Menezes" (in: Inéditos de Historia Portugueza, vol. III. Lisboa, 1793)

Nuno Gonçalves - pintor

Sobre Nuno Gonçalves se tem poucas informações, muitas de suas obras foram perdidas ao longo do tempo. A principal na catedral de Lisboa foi destruída no terremoto de 1755.


O painel de São Vicente, que está aqui embaixo, esteve perdido até 1882. Hoje ele está no Museu Nacional de Arte Antiga.

nuno gonçalves pintor
Painéis de São Vicente de Fora

Luís de Camões - poeta

O grande escritor português do século 16: Camões escreveu Os Lusíadas, a grande epopeia sobre as navegações portuguesas, que eternizou a aventura de Vasco da Gama.


Além de Os Lusíadas, Camões escreveu poemas, inclusive um que eu tenho certeza de que você conhece:


Amor é fogo que arde sem se ver,

é ferida que dói, e não se sente;

é um contentamento descontente,

é dor que desatina sem doer.


É um não querer mais que bem querer;

é um andar solitário entre a gente;

é nunca contentar-se de contente;

é um cuidar que ganha em se perder.


É querer estar preso por vontade;

é servir a quem vence, o vencedor;

é ter com quem nos mata, lealdade.


Mas como causar pode seu favor

nos corações humanos amizade,

se tão contrário a si é o mesmo Amor


Hoje Luis de Camões está enterrado no Mosteiro dos Jerónimos, na parte da Igreja de Santa Maria de Belém, lado a lado com Vasco da Gama.


Frei Henrique de Coimbra

Frade e bisco português, ele foi missionário na Índia e na África. Viajou na frota de Pedro Álvares Cabral, em 1500.


Frei Gonçalo de Carvalho

Foi um religisoso da Ordem dos Dominicanos. Ele foi para a Índia, criar comunidades católicas e levar a fé para os infiéis.


Fernão Mendes Pinto - escritor

Além de escritor, Fernão Mendes Pinto foi também um jesuíta e explorador. Ele fez parte de uma das primeiras expedições portuguesas para o Japão.


Ele escreveu "Peregrinação", obra onde conta de suas aventuras no ultra mar, especialmente na Ásia.


A obra foi bem censurada pela Inquisição.


D. Felipa de Lencastre

Filipa foi rainha de Portugal de 1387 à 1415. Ela era uma princesa inglesa da Casa de Lencastre.


Ela casou com D. João I e faleceu pouco antes da expedição à Ceuta, de peste negra. Ela foi mãe de D. Henrique.


D. Pedro, Duque de Coimbra

Pedro foi um dos filhos de D. João I e Filipa de Lencastre, viajou muito durante a vida, tendo participado da conquista de Ceuta, ido à Terra Santa e à vários países na Europa.



Lado Leste (esquerda)

Da ponta pra baixo:
D. Afonso V

Rei de Portugal desde os 6 anos de idade, em 1438. Ele foi conhecido cmo Afonso V, O Africano, por causa de suas conquistas na África.


Vasco da Gama

Um dos mais conhecidos navegadores portugueses, Vasco da Gama foi o comandante dos primeiros navios a navegarem da Europa à Índia.


Afonso Baldaia - navegador

Navegador e explorador, foi um dos primeiros colonos da ilha Terceira, nos Açores.


Pedro Álvares Cabral

Visto como o descobridor do Brasil, Pedro Álvares Cabral foi um navegador, fidalgo e militar português.


Ele foi nomeado para comandar uma expedição à Índia em 1500, na famosa rota que foi desviada da costa Africana e foi parar no nordeste brasileiro.


Fernão de Magalhaes - navegador

Ele liderou a primeira viagem de circum-navegação ao redor do globo. Ele foi o primeiro a ir até o sul do continente americano de barco, atravessar o estreito de Magalhães e cruzar o Oceano Pacífico.


Nicolau Coelho - navegador

Nicolau Coelho esteve na expedição de Vasco da Gama que descobriu o caminho para a Índia via costa africana. Depois comandou uma das naus da expedição de Pedro Álvares Cabral que "descobriu" o Brasil.


Gaspar Corte-Real - navegador

Navegador que participou de várias expedições de exploração na parte norte do continente Americano.


João de Barros - cronista

João de Barros é considerado o primeiro grande historiador português e pioneiro da gramática portuguesa. Ele escreveu vários textos pedagógicos, para normatizar a lingua falada.


Escreveu a Grammatica da Língua Portuguesa em 1540 e algumas obras literárias, crônicas e diálogos principalmente.


Martim Afonso de Sousa - navegador

Ele foi um nobre e administrador colonial, o primeiro donatário da Capitania de São Vicente, no Brasil. E também governador da Índia por 3 anos.


Bartolomeu Dias - navegador

Bartolomeu Dias foi o primeiro navegador português a passar o Cabo da Boa Esperança, no extremo sul da África. Esteve também na expedição de Pedro Álvares Cabral em 1500.


Estevão da Gama - capitão

Foi militar e administrador colonial, sendo o governador da Índia.


Diogo Cão - navegador

Foi um navegador que explorou principalmente a África. Estabeleceu as primeiras relações com o Reino do Congo.


Antônio de Abreu - navegador

Navegador nascido na Ilha da Madeira, em 1480. Ele participou em conquistas no Oriente Médio e na África.


Afonso de Albuquerque - vice-rei da Índia

Foi o segundo governador da Índia Portuguesa, suas ações militares, religiosas e políticas determinaram o curso do Império Portugues no oceano índico.


Afonso de Alburquerque foi reconhecido como um gênio militar pela sua estratégia de expansão nas terras do oriente.


São Francisco Xavier - missionário

Missionário católico, cofundador da Companhia de Jesus (jesuítas).


Cristóvão da Gama - capitão

Militar e explorador colonial, trabalho principalmente na Malásia e na Índia.


Informações práticas para visitar o Padrão dos Descobrimentos:

Para visitar por fora a entrada é livre 24hrs por dia e gratuita. Já para subir ao miradouro ou visitar a sala de exposições, os horários variam:


Março a Setembro – todos os dias das 10h00 às 19h00 (última entrada 18h30)

Outubro – todos os dias das 10h00 às 18h00 (última entrada 17h30)

Novembro a Fevereiro – terça a domingo das 10h00 às 18h00 (última entrada 17h30)

Encerra 1 de Janeiro; 1 de Maio; 24, 25 e 31 de Dezembro


Preços do ingressos:

Bilhete para exposição e miradouro: 6,00€

Jovens dos 13 aos 25 anos: 3,00€

Maiores de 65 anos: 5,00€

Pessoa com deficiência: 5,00€

Portadores do cartão Lisboa Card: 4,80€



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Júlia Orige

Blogueira de viagem, formada em Jornalismo e apaixonada pelo mundo.

 

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