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  • Foto do escritorJúlia Orige

Gato escondido, com o rabo de fora - expressões portuguesas



riso

Os países de língua oficial portuguesa partilham o óbvio: a língua. Com ela, também uma história associada e interligada. Se pudermos analisar cada país à minúcia, conseguimos notar as mais diversas semelhanças relativas aos povos e ao modo como se expressam. Contudo, também as diferenças são manifestamente notórias, e eu não estou a falar somente de sotaques. Com influências daqui, ou de acolá, cada região obtém as suas próprias gírias que, por vezes, podem ser partilhadas com outros países da mesma língua oficial, traduzidas, ou até repassadas e parcialmente alteradas.

Nesta postagem, decidimos reunir um conjunto de expressões utilizadas pelos portugueses. Importante será relembrar que elas partem da minha experiência e daquilo que eu me habituei a ouvir, pelo que podem não corresponder exatamente à real expressão utilizada. Posto isto, divirti-vos, e multiplicai-vos! (Ah… E não vos ofendeis com eventual vernáculo, é tudo uma questão enfática).

Eu conheço-te de outros carnavais.

Esta expressão é utilizada para referir que aquele género de pessoa já nos é familiar. Como se eu já soubesse a casta a que pertence.

Ficar no cu de Judas.

Ficar muiiiiii(…)iito longe!

Andas a mijar fora do penico.

Esta frase é utilizada para indicar que aquela pessoa não anda a fazer coisa boa. Que tem andado afazer o que não deve.

Baixa a bolinha, que o guarda-redes é anão.

Esta expressão é utilizada para transmitir um certo estado de submissão. Quase dizendo para a pessoa ter calminha que, caso contrário, a coisa não irá correr bem. Eu chamar-lhe-ia ameaçar de porrada. Outros que lhe chamem outra coisa, não me oponho.

És um cara de cu à paisana.

Eu admito. Está é daquelas expressões que eu não sou capaz de explicar a quem não a entende. Tenho noção das minhas limitações. Contudo, não pude deixar de a apresentar aqui. Não seria legítimo. Tentando encontrar uma definiçãozeca, ser um cara de cu à paisana é ser alguém que, além de ser um estúpido, ainda consegue fingir ser o que não é.

Estás com um foguete no cu.

Dizem que os portugueses têm uma fixação por ânus. Não me oponho, o nosso ênfase imprime precisamente em expressões de teor anal. Mas, afinal, que mal tem? Toda a gente tem cu. Assim, podemos incluir todos, sem ninguém se sentir excluído! Estar com um foguete no cu é ter muita pressa.

Tirar nabos da púcara.

Significa tentar descobrir, subtilmente, alguma coisa. Geralmente, sobre a vida alheia.

Cair como sopa no mel.

Acho nojento: sopa e mel. Mas a verdade é que esta representa alguma coisa que veio na altura certa... Fique com esse pensamento.

Ter muita garganta.

Sabe daquela pessoa que fala, fala, mas não faz coisa nenhuma? Pois, então: essa pessoa tem muita garganta.

Ter a burra nas couves.

Ter problemas.

Rapar frio.

Passar frio

Está o caldo entornado.

Pronto, está tudo fodi... Queima a língua. Sinteticamente, esta expressa que está tudo estragado. Que o melhor é encontrar um plano B. E bem rápido.

Apanhar uma cadela.

Referente àqueles que se enfrascam no vinho e, para os mais arrojados, na vodka, esta expressão procura identificar a existência de uma bebedeira. Quem apanha uma cadela está bêbedo, é a mesma coisa (ou não?).

Desemerdar.

Os portugueses têm fama de caçar com gato, na ausência de cão. Desemerdar ou, numa versão menos asneirenta, desenrascar, significa encontrar uma solução rápida, fácil e, por vezes, tola, para os problemas imediatos da vida.

Vai vergar a mola.

Não me chateies.

Dar uma no cravo, outra na ferradura.

Ir jogando, ao mesmo tempo, em duas frentes. Nem contra, nem a favor.

Estar com um olho no burro, outro no cigano.

Estar atento a duas coisas, simultaneamente.

Fazer uma vaquinha.

JUNTAR DINHEIRO.

Andar pelas ruas da amargura.

Não andar bem.

Queimar as pestanas.

Estudar muito.

Estar todo pipi.

Estar bem arranjado. Contudo, pipi significa vagina. Deixo-vos a pensar.

Dar tanga.

Mentir.

Estar feito ao bife.

Estar com sérios problemas.

Andar ao bife.

Andar à porrada, isto é, bater em alguém (ou levar).

Feito em cima do joelho.

Feito à pressa.

Estar feito num oito.

Estar todo espatifado. Ou, melhor, pior que estragado, significa estar mal. Cansado, por exemplo.

É ela, por ela.

Em termos de medição, significa que não existe muita diferença entre uma coisa e outra.

Dás o cu e oito tostões para não fazer nada.

Esta define-se sozinha, não?

Fui chulado à força toda.

Ficar SEM DINHEIRO por comprar algo muito caro, ou por algum amigo pedir demasiado dinheiro.

O que é que o cu tem a ver com as calças?

O que tem uma coisa a ver com outra?

Vira o disco e toca o mesmo.

Nada muda.

Estou-me nas tintas.

Não me interessa. Estou-me a ca....g... Olha a língua.

Bazar

Pode parecer estranho para um português ter de encontrar significado para esta palavra, mas existe um elevado número de pessoas que a utiliza unicamente para se referir a um armazém, ou a um amontoado de coisas. Bazar é ir-me embora. “Vou mas é bazar daqui”. É isso. Vai-se embora e, possivelmente, já não voltará mais (Quem sabe?)

Bué/Boé/Bueh

Tenho dúvidas quando à grafia. Eu, cá nos meus apontamentos, escrevo quase sempre “bué”. Mas há quem utilize outras variantes. Dizem as más línguas que é qualquer coisa de origem africana (provavelmente, é). Utiliza-se “bué” como quantificador. “Bué” é muito de alguma coisa.

Fixe

Não é peixe, peixe é fish. Nós escrevemos “fixe”. De onde essa veio, eu não sei. Ser fixe significa ser bom, ser bacano, ser… Sei lá. Cool? Cool é a melhor tradução para fixe. Pena que foi em estrangeiro, ups!

Espigar/Dar espiga ou Dar Cana ou Dar estrilho

Ora, espigar, dar estrilho ou dar cana, são expressões utilizadas para dizer exactamente a mesma coisa: amigo, não estás a ser discreto. Espigar também pode significar fazer troça de alguém.

Dar de frosques.

É o que eu vou fazer agora: vou-me embora, porque já terminei.

Tem alguma sugestão? Comente!

(Deixo a do gato para vocês).


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