top of page
Quem vai e quem fica - Marca.png

Bate e volta até Eswatini: como é o passeio saindo do Kruger Park Hostel em Marloth Park

Atualizado: há 3 dias

eswatini
Vila turística de Eswatini

Se você está hospedado no Kruger Park Hostel, dentro do Marloth Park, tem a chance de fazer um passeio diferente e super especial: um bate e volta até o Reino de Eswatini (antiga Suazilândia).


Esse tour exclusivo é uma imersão cultural e oferece uma experiência que poucos viajantes vivem. No post de hoje, vou te contar como funciona esse passeio, o que esperar e porque vale tanto a pena incluir Eswatini no seu roteiro pela África do Sul!


Já aviso que é um passeio bem turístico, onde a apresentação da cultura local é montada para o turismo, não é uma vila onde as pessoas de fato vivem. Mas uma representação para entendermos como são as tradições e como eram feitas as coisas alguns anos atrás.


Como é o passeio para Eswatini saindo do Kruger Park Hostel

O passeio começa cedo, saindo às 5:30 da manhã do hostel e indo até a fronteira entre a África do Sul e Eswatini. Assim que chegamos, já fazemos o processo de imigração — e sim, você ganha mais 4 carimbos no passaporte (e quem mais ama um passaporte carimbado? Eu com certeza).


Depois de cruzar a fronteira, seguimos viagem até nossa primeira parada: uma fábrica de vidro artesanal, onde é possível ver o trabalho dos artesãos transformando vidro reciclado em esculturas incríveis. É uma parada rápida, mas muito interessante! Aproveitamos também pra fazer um café da manhã por lá, antes de seguir para a próxima experiência.


Ps. Eswatini, assim como a África do Sul, tem seguido a tendência cashless, ou seja, tudo se paga no cartão. Tem locais que nem aceitam dinheiro físico. Eu usei meu cartão da Nomad por lá (e em toda a minha viagem na África do Sul também e foi muito tranquilo. Saiba mais sobre a conta Nomad aqui.



Conhecendo a cultura tradicional swazi

O próximo destino é uma vila turística que preserva e apresenta a cultura tradicional do povo swazi. Lá, somos recebidos por um guia local, que nos explica como era (e em alguns lugares ainda é) o estilo de vida tradicional.


E aqui vai um spoiler: a cultura swazi é cheia de curiosidades!


👉 Poligamia: Na tradição, os homens podem ter quantas esposas conseguirem “comprar”. A compra é feita com vacas — cerca de 17 vacas por esposa — e o valor pode variar conforme a idade da mulher, se ela tem filhos ou se é a filha mais velha ou mais nova.


👉 Estrutura das casas: As vilas não têm uma casa única como estamos acostumados. Cada cômodo é uma construção separada:


  • Uma casinha para o quarto de cada esposa

  • Uma casinha para a cozinha de cada esposa

  • Uma cozinha separada só para produção de cerveja de cada esposa (ou seja, se o cara tiver 4 esposas, vão ter 4 cozinhas de cerveja)

  • Um quarto separado para as crianças

  • Casinha para a avó, que fica no centro do terreno e é onde acontecem os encontros familiares

  • Uma casinha de "hospital"

  • E claro, o cercado especial para as vacas, que são um bem muito valioso.


É muito interessante ver como a organização das vilas é pensada, pensando na hierarquia familiar e nas tradições.


Lendo o futuro com ossos de animais selvagens

Depois do tour pela vila, o guia nos deixa livres para explorar as casinhas e bater fotos. Entramos na casinha que era o hospital da vila. E lá dentro tinha um senhor, que faz o papel de curandeiro, como se fosse representar quem estaria ali dentro numa vila tradicional.


eswatini
Dentro da tenda do hospital

Ele oferece leituras de futuro e nós ficamos curiosas. Entramos em 5 na tenda dele, eu, minhas amigas voluntárias no hostel onde eu estava voluntariando também e alguns turistas que foram com a gente.


O senhor jogou os ossinhos de animais selvagens dele num tapete, misturados com conchas e pedras e nos deu as suas previsões.


Foi bem assustador e certeiro ao mesmo tempo. Não estava esperando nada de uma leitura numa vila turística, achei que fosse ser mais pela representação do que o cara ser realmente místico.


Mas ele falou coisas muito precisas - e diferentes para cada um. Não falou nada de ruim, acho que nesse contexto ele só fala as coisas boas. Ele foi lendo de cada pessoa na tenda e eu fui acompanhando, sem ter muita certeza da veracidade, porque eu não conhecia ninguém ali bem o suficiente para saber se aquilo que ele falava ressonava de verdade. Quando chegou em mim, ele jogou os ossinhos e disse "sua mãe" (em inglês, claro). Eu arregalei os olhos. "Onde está sua mãe?" por um momento fiquei com medo de sair da tenda e minha mãe estar ali fora. Mas respondi só "no Brasil", meio confusa. E ele disse "sua mãe está pensando demais" e eu fiquei apavorada, porque essa foi a coisa mais certeira que eu já ouvi. Ou uma das. Ele não falou de parente nenhum de mais ninguém, só da minha mãe. Disse que ela pensava demais e que estava muito preocupada, mas que não me desejava mal. Que ela queria um bom futuro pra mim. Ele disse que os meus ancestrais por parte da minha mãe estavam cuidando de mim e me encaminhando pro meu futuro. Os do meu pai não ligam muito, os que importam mesmo são os da minha mãe. Que é eles que eu devo honrar. E isso bateu forte dentro de mim. Ele seguiu falando que meu destino seria trabalhar por um tempo pra outra pessoa, depois criar um negócio só meu que iria ser muito dificil no começo mas que depois iria super bem. Que eu iria viajar o mundo por causa desse negócio e iria empregar pessoas. E tudo isso já aconteceu, eu já trabalhei em outras coisas, já criei meu negócio (sou blogueira de viagem) e foi muito difícil, de verdade. Mas hoje eu to indo bem, já tenho funcionárias e viajo o mundo por causa disso.


Foi uma experiência bem aleatória, que eu não estava esperando mas que mexeu comigo de um jeito bom.

Apresentação de dança tradicional

Depois do tour pela vila, assistimos a uma apresentação de dança típica swazi, com roupas tradicionais e músicas que fazem parte da cultura ancestral do país.


É uma experiência colorida e cheia de energia — e também um lembrete vivo da importância de preservar as tradições locais.


eswatini


Almoço típico na casa de uma família swazi

Depois da manhã cheia de cultura e história, seguimos para o que, pra mim, foi uma das partes mais especiais do passeio: um almoço típico na casa de uma família swazi.


Esse almoço é preparado pela avó de um dos guias do Kruger Park Hostel. Ela cozinha pratos tradicionais com ingredientes que cultiva no próprio quintal, usando métodos e receitas passadas de geração em geração.


eswatini

É uma refeição simples e autêntica— muito mais do que ir a um restaurante turístico. É ter o privilégio de ser recebido na casa de alguém e viver um pedacinho real da vida em Eswatini. A comida é basicamente um frango cozido, uma salada de folhas de abóbora e uma polenta de milho branco, que eles chamam de pap.


A gente come na rua, sentados em esteiras, num estilo piquenique com uma vista linda!


Ah! Esse roteiro é exclusivo do Kruger Park Hostel. Só eles oferecem essa combinação de parada cultural + almoço caseiro, então é um passeio que você não vai encontrar em nenhuma agência ou hotel!


Colinha de viagem:

  • Leve seu passaporte (e confira se ele está válido!)

  • Não precisa levar dinheiro em espécie, cartão é aceito em todos os lugares

  • Use roupas confortáveis e frescas, e protetor solar




Dica extra de planejamento

Pra viajar tranquilo, recomendo dois aliados de bolso que sempre uso:


✔️ Conta internacional Nomad: pra pagar tudo em dólar ou sacar dinheiro sem dor de cabeça. Abrindo com o código JULIAORIGE20 você ainda ganha cashback!


✔️ Seguro viagem com a Seguros Promo: além de garantir atendimento médico, também cobre imprevistos nas fronteiras e passeios. Com meu cupom JULIAORIGE, você ainda ganha desconto! Faça sua cotação aqui


✈️ Vale a pena fazer o bate e volta para Eswatini?

Se você quer viver algo além dos safáris tradicionais e conhecer de perto uma cultura fascinante, vale MUITO a pena!


É um passeio que combina história, tradições vivas e contato humano de verdade — coisas que transformam uma viagem em uma experiência inesquecível.


Massss, se você tiver pouco tempo perto do Kruger Nacional Park, eu daria prioridade para os safáris.

Comentários


IMG_3225.jpg

Júlia Orige

Blogueira de viagem, formada em Jornalismo e apaixonada pelo mundo.

 

Buscando sempre te dar o caminho mais fácil pra conhecer cada lugar da melhor forma. 

Me conheça mais aqui

bottom of page