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Por que Florianópolis é a Ilha da Magia?

Atualizado: 27 de set. de 2021


Ilha da Magia
Pôr do sol em Santo Antônio de Lisboa

A beleza de Florianópolis é, de fato, mágica. Mas não é por conta disso que a ilha tem esse apelido. Muito além das praias paradisíacas e vistas deslumbrantes, a Ilha da Magia é chamada assim devido às lendas e ao misticismo que a cerca. As histórias permeiam várias regiões da cidade, e começam até pelo seu mapa — há quem diga que a ilha tem formato de bruxa!


Geralmente envolvendo bruxas ou lobisomens, as histórias contadas sobre Floripa foram passadas de geração em geração e continuam conhecidas pelos moradores — que continuam contando aos turistas, para manter as lendas vivas.


Foi o folclorista e historiador Franklin Cascaes que, em seu livro, mapeou as lendas trazidas pelos açorianos que ainda permeiam a Ilha da Magia. Em ‘O fantástico na Ilha de Santa Catarina’ 32 histórias são contadas, e selecionamos algumas para você conhecer.



Bruxas da Ilha

Tudo começou na época da colonização açoriana. No século XVI, que a Igreja Católica perseguia e matava quem não agia de acordo com suas normas, dizem que as bruxas portuguesas fugiam para Florianópolis de barco.


Desde então, pescadores contam que ouvem risadas no mar e que já tiveram seus barcos roubados pelas bruxas. Elas davam nós nas crinas dos cavalos e brincavam com as redes de pesca. Diziam que, para identificá-las, bastava observar como elas cumprimentavam. Se oferecessem a mão esquerda ao aperto de mão, eram mesmo bruxas!


Salão de festas das bruxas de Itaguaçu

A praia de Itaguaçu fica na parte continental de Florianópolis, portanto não é das mais visitadas e conhecidas da cidade. Mesmo assim, a praia conta uma das lendas mais populares da Ilha da Magia.


O texto que pode ser encontrado fixado nas pedras da praia conta a história para quem quiser ler. Dizem que as bruxas que viviam na região queriam planejar uma grande festa, convidando os lobisomens, as mulas-sem-cabeça, curupiras, vampiros e outras criaturas mitológicas. Ao planejar a festa, elas decidiram não convidar o Diabo por conta do seu mau cheiro e falta de educação.


O que as bruxas não contavam era que o Diabo apareceria em pessoa durante a festa. Ofendido por não ter sido convidado, ele transformou todos os convidados em pedras, que estão na praia até hoje — e são fotografadas diariamente pelos turistas!


Joaquina

Antigos moradores dizem que a praia da Joaquina foi batizada em homenagem à história. Segundo a lenda, a Joaquina, moradora da Lagoa da Conceição, morreu de tristeza na beira da praia. Seu marido, Alberto, era pescador e saiu para navegar em alto mar.


Na mesma época, Joaquina perdera sua mãe, seu pai e seu avô. Sua única esperança era a volta de seu amor, que jamais apareceu. Ela ia diariamente catar mariscos nas pedras enquanto esperava ele voltar. Certo dia, foi encontrada morta na areia.


Luz da Bota

No bairro dos Ingleses e em Rio Vermelho a lenda é que uma luz vermelha era sempre avistada pelos pescadores. A luz costumava ser pequena, mas quando pousava em alguma superfície ficava intensa a ponto de ser confundida com uma fogueira.


Ela era inofensiva, costumava fazer aparições rápidas. Caso ninguém mexesse com ela, a luz ia subindo até desaparecer no céu. Mesmo assim, os pescadores tomavam algumas atitudes para protegerem-se dela. Além de rezas, eles colocavam uma faca atravessada na boca ou desenhavam uma estrela de cinco pontas na areia e, dentro dela, esperavam a luz sumir.


Lobisomens em Ratones

Em Ratones, são as histórias de lobisomem que tomam conta do imaginário dos moradores. A principal lenda é a de uma senhora, casada e com um filho, que costumava levar seu filho para tomar banho à noite, enquanto o marido se ausentava.


Nessas idas até o local onde a criança se banhava, costumava aparecer um cachorro muito insistente que tentava morder o menino. A senhora sempre tentava afastar o cão, mas ele voltava a atacar. Certo dia, ela se cansou e deu uma pancada na cabeça do bicho, que rasgou sua saia com uma abocanhada e saiu correndo para o mato. Na manhã seguinte, a senhora acordou e viu fiapos de sua saia nos dentes do marido!


Segundo a lenda, se o filho mais velho batizar o mais novo, a maldição se encerra na família. Mas esse caso mostrou que uma pancada na cabeça também resolve a questão, pois o marido perdeu a maldição após o episódio.



Conhecer as histórias da época da colonização açoriana faz a gente entender um pouquinho mais sobre a cultural local da cidade, que é tão rica e cheia de misticismo. E, com certeza, torna a viagem para Floripa muito mais encantadora.


Mas apenas as lendas não bastam para transformar Florianópolis na Ilha da Magia. Suas belezas naturais também contribuem — e muito! — para que o apelido seja tão popular no Brasil. Quer saber mais sobre elas? Vem descobrir 6 praias de Floripa para conhecer!



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Júlia Orige

Blogueira de viagem, formada em Jornalismo e apaixonada pelo mundo.

 

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